Teve lugar hoje, em Maputo, a Reunião de Coordenação Multissetorial sobre a Resistência aos Antimicrobianos, um encontro que reúne representantes de diferentes sectores do Governo, instituições académicas e parceiros de cooperação, com o objectivo de reforçar a resposta conjunta do país face a uma das maiores ameaças globais à saúde pública.
Na abertura do encontro, A Administradora Executiva para a Área Técnico-científica da Autoridade Nacional Reguladora de Medicamento (ANARME, IP), Lígia Tembe, destacou que a resistência aos antimicrobianos (RAM) representa um desafio crescente para Moçambique, dada a elevada carga de doenças infecciosas e a vulnerabilidade do sistema de saúde. Sublinhou que o combate à RAM exige uma abordagem integrada e coordenada entre os sectores da saúde humana, animal, ambiental e vegetal, em linha com o Plano Nacional de Acção de Resistência aos Antimicrobianos (PNA-RA 2019–2025).
O encontro tem como principais objectivos avaliar o progresso das acções já implementadas, identificar os principais desafios e definir estratégias concretas que permitam revitalizar o mecanismo de coordenação multissetorial. A reunião deverá ainda produzir directrizes operacionais para a elaboração de um novo plano de acção que priorize a sensibilização pública e o uso responsável dos antimicrobianos.
Por seu turno, Merana Mussá, Directora da Divisão de Farmacovigilância da ANARME, alertou que a Resistência Antimicrobiana (RA) constitui “uma ameaça para o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e para o progresso rumo à cobertura universal de saúde”. A responsável destacou ainda que “a cada ano, estima-se que 7,7 milhões de mortes estejam associadas a infecções bacterianas”, sublinhando a urgência de acções coordenadas e baseadas em evidências científicas.
De acordo com Lígia Tembe, as actividades de mobilização e consciencialização nacional terão o seu ponto alto durante a Semana de Resistência Antimicrobiana, que decorrerá a partir do dia 18 de Novembro de 2025, sob o lema “Aja agora: proteja o nosso presente, proteja o nosso futuro”.
Tembe, reiterou o compromisso do Governo e dos parceiros em trabalhar de forma colaborativa e baseada em evidências, com vista a preservar a eficácia dos medicamentos essenciais, proteger a saúde da população e assegurar a sustentabilidade do sistema nacional de saúde.
“A vossa presença representa um sinal inequívoco do compromisso conjunto na defesa da saúde pública e na promoção do uso responsável e sustentável dos antimicrobianos em Moçambique”, afirmou Lígia Tembe.
O encontro terminou com o apelo a uma participação activa de todos os sectores, reforçando que apenas uma acção coordenada e integrada permitirá travar o avanço da resistência antimicrobiana no país.
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ANARME-DCI
